Renata de Oliveira Esteves, egressa da FAUUFRJ, recebeu menção honrosa no prêmio “Arquitetas e Arquitetos do Amanhã” do IAB-RJ, na categoria Edificações, pelo trabalho “Memória Imersa: um reolhar para a baía”, orientado por Ana Slade e Diego Portas.
O projeto pretende lançar luz sobre o lado adormecido da Baía de Guanabara, corpo hídrico que leva o mesmo nome de seu estado. A partir da busca de momentos e situações que marcaram a história da cidade, mas que permanecem em segundo plano, omissos e esquecidos perante o olhar de quem vive e experimenta a cidade. Através de um movimento de deriva, foi feito um levantamento de quais seriam algumas dessas memórias adormecidas. Estas se estendem para além das antigas margens soterradas da baía, estando nas pequenas ilhotas, nos espaços entre terra firme e nas fundações de pontes. Percebe-se, então, um padrão de omissão e dele, o questionamento inicial: a memória da cidade é uma construção? Se sim, quem a constrói? Como objeto de estudo, elenca-se a Ponte Rio-Niterói, por representar o encontro entre a memória abafada dos acidentes ocorridos durante sua construção e o símbolo da propaganda do Brasil Grande disseminada pelo governo ditatorial militar.
Até o último momento antes do posicionamento do vão central, a imagem dos operários ainda fazia parte do cenário da cidade e da ponte, explicitando sua indispensável participação na conclusão do projeto. A partir daí, esta presença desaparece, trazendo à tona a questão: os indivíduos que constroem a cidade são lembrados pela mesma?
A intervenção então se pretende como um objeto efêmero, um percurso. Assim, ao passo que a intervenção é ocupada, mesmo após a chegada de seu fim material, terá sua existência perpetuada através de quem a experimentou, encontrando sua eternidade não mais no mundo físico, mas sim nos indivíduos que por ali passaram e que carregam em si a memória desta experiência.
Categoria: Edificações
Menção Honrosa
Trabalho: Memória Imersa: um reolhar para a baía
Autora: Renata de Oliveira Esteves
Orientadores: Ana Slade Carlos de Oliveira e Diego Portas