Floresta Cidade – Reativar um corpo bioma para projeto

Iazana Guizzo

Departamento: DPA
Tipo: Laboratório Avançado
Cadastro no SIGA (Código SIGA): LA Floresta Cidade/FAJ (5069)
Código: FAP531

Dia(s): Quarta-feira
Horário: 8h às 12h
Local: 406 e 407
Turmas 1
Vagas 12

Como projetar de modo conectado com a Terra em tempo de crises climáticas? Como pertencer a uma teia de cooperação interespecífica que forma o ecossistema no qual a arquitetura faz parte? (Re)ativar uma tecnologia ancestral, o nosso corpo, pode vir a ser um caminho. Ele é a própria Terra em nós. O corpo bioma, como dizem mulheres indígenas, tem sido uma ferramenta importante para o Floresta Cidade. Com ela problematizamos gestos de projeto que, por exemplo, pensam exclusivamente nos humanos, naturalizam a pavimentação de quase todo terreno e pouco se relacionam com o céu ou com o cosmo. Grande parte da nossa crise atual é uma crise de percepção, de relação afetiva, com às outras espécies e formas de vida. Dentre outros dispositivos, as oficinas sensoriais, afetivas e corporais que conduzirão a disciplina são realizadas a mais de dez anos para um pensamento participativo de projeto. Elas serão divididas em quatro ciclos: Habitar Fogo, Habitar Água, Habitar Ar e Habitar Terra.

O corpo bioma é próximo às ideias de Corpo vibrátil, apresentada pela artista plástica brasileira Lygia Clark, corpo sem órgãos dos filósofos Deleuze e Guattari, ou corpos escritos anunciado pela arquiteta e historiadora Margareth da Silva Pereira. Trata-se de um corpo que não se opõe à exterioridade, mas adere a ela o máximo possível, tal qual as plantas. Como em qualquer outra habilidade corporal, possuir um corpo atento à relação com o território e a vida não humana exige prática de um outro estado de atenção ou de uma sensibilidade distinta da pragmática. Para isso o contato com perspectivas encantadas são essenciais. E nesse sentido é importante dizer que temos parceria com a Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades. Mestras do teatro de rua e do encantamento dos corpos há quarenta anos, estão sediadas na Gamboa há dezessete. O projeto de extensão e pesquisa Floresta Cidade, no qual este ateliê é vinculado, possui vínculo com a Região Portuária há três anos.

O Laboratório tem vínculo com a pesquisa Floresta Cidade e com o projeto de extensão de mesmo nome.

MONTANER, Josep Maria, MUXI, Zaida. Arquitetura e política: ensaios para mundos alternativos. São Paulo : G. Gili, 2014.
MOULIN, Gabriela …[et. al.].(org.) Habitar o antropoceno. Belo Horizonte : BDMG Cultural : Cosmópolis, 2022.
__. Seres Rios. Belo Horizonte : BDMG Cultural : Cosmópolis, 2022.
NESBITT, Kate(org). Uma nova agenda para a arquitetura : antologia teórica 1965-1995. São Paulo : Cosac Naify, 2008.
PEREIRA, Margareth da Silva. Corpos escritos. Paisagem, memória e monumento: visões da identidade carioca. Arte e Ensaios, v.7, n.7, pp.98-113, 2000.
ROLNIK, Suely. Molding a contemporary soul: the empty-full of Lygia Clark. In: The expermimental exercise of freedom. Los Angeles: Museum of Contemporary Art 1999, p. 104 https://projetoho.com.br/pt/home/ https://portal.lygiaclark.org.br https://selvagemciclo.com.br https://piseagrama.org